Brasil aguarda novo pacote fiscal para substituir alta do IOF 1e5326
O governo federal negocia com o Congresso Nacional alternativas ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Entre as medidas em análise estão o corte de benefícios tributários, a redução das complementações federais ao Fundeb, ajustes nos pisos constitucionais para saúde e educação, além de uma potencial reforma istrativa. Uma decisão formal sobre essas medidas deve ser anunciada na próxima semana.
Nosso levantamento preliminar estima que tais medidas poderiam gerar receitas adicionais de R$ 38 bilhões em 2025 e R$ 66 bilhões em 2026, compensando integralmente a perda de R$ 60 bilhões prevista com o cancelamento do aumento do IOF.
Dólar retorna a patamar de oito meses atrás
Nesta semana, o dólar voltou a cair abaixo dos R$ 5,58, após ter iniciado próximo a R$ 5,72, mantendo alta volatilidade recente. O câmbio deve continuar instável, influenciado pelas negociações internas sobre o novo pacote fiscal e pelas relações comerciais internacionais, especialmente entre Estados Unidos e China. Mantemos nossa projeção de R$ 5,80 para o fim deste ano, considerando déficits elevados na conta corrente e incertezas fiscais persistentes.
Projeções para PIB e inflação são revisadas
Revisamos para cima as expectativas de crescimento econômico: de 2,3% para 2,5% em 2025 e de 1,5% para 1,7% em 2026. O mercado de trabalho aquecido e o crédito resiliente dão e à demanda interna. Por outro lado, reduzimos nossa previsão para o IPCA deste ano de 5,7% para 5,5%, refletindo uma moderação recente nos preços. Para 2026, contudo, mantemos a previsão de inflação em 4,7%, acima da meta devido ao cenário econômico ainda aquecido.
Produção industrial estável em abril, com desempenho misto por setores
Em abril, a produção industrial brasileira cresceu marginalmente (0,1%) sobre março, ficando abaixo das expectativas de alta de 0,4%. Na comparação anual, houve leve queda de 0,3%. Projetamos uma desaceleração gradual ao longo do ano, pressionada pela alta utilização da capacidade instalada e juros elevados. Contudo, a robustez do mercado de trabalho e estímulos governamentais devem manter a demanda interna firme.
EUA e China retomam negociações comerciais; Trump eleva tarifas sobre aço e alumínio
Os presidentes dos Estados Unidos e da China, Donald Trump e Xi Jinping, retomaram negociações comerciais nesta semana, sinalizando disposição para avançar nas conversas. Paralelamente, Trump anunciou elevação das tarifas sobre importações de aço e alumínio de 25% para 50%, visando proteger a indústria doméstica. Em 2024, os EUA representaram 47,9% das exportações brasileiras de ferro e aço, sendo o Brasil o segundo maior fornecedor do produto ao país (14,9% das importações norte-americanas), atrás apenas do Canadá (24,2%).
Mercado de trabalho nos EUA desacelera gradualmente
A criação líquida de empregos nos Estados Unidos em maio foi de 139 mil postos, acima do previsto. No entanto, revisões para baixo dos meses anteriores confirmam uma desaceleração suave. A taxa de desemprego manteve-se estável em 4,2% pelo terceiro mês seguido, enquanto o número de vagas abertas chegou a 7,4 milhões. Esses resultados corroboram o cenário de moderação gradual da atividade econômica americana, sem indicar mudanças bruscas.
O Federal Reserve deve manter uma abordagem cautelosa, sem alterar significativamente sua política monetária no curto prazo, reforçada por declarações recentes de dirigentes do banco central americano.
Atividade industrial chinesa recua fortemente em maio
O índice de atividade industrial da China (PMI) caiu para 48,3 pontos em maio, abaixo da linha divisória de 50 pontos que indica contração econômica, refletindo queda nas novas encomendas e acúmulo de estoques. Em contraste, o setor de serviços avançou para 51,1 pontos, impulsionado por medidas governamentais de estímulo. Esses resultados ampliam as incertezas sobre a recuperação da economia chinesa.
Banco Central Europeu reduz juros pela oitava vez consecutiva
O Banco Central Europeu (BCE) reduziu a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para 2,0%, o nível mais baixo em mais de dois anos. O corte reflete o cenário econômico frágil da região, com inflação próxima à meta de 2%. Contudo, o BCE indicou que a fase de redução de juros pode estar chegando ao fim, prevendo apenas mais um corte adicional ainda neste ano.
A instituição projeta inflação média de 2,0% para 2025 e queda para 1,6% em 2026, abaixo da meta definida.
FONTE: https://conteudos.xpi.com.br/economia/economia-em-destaque-a-espera-de-novas-medidas-fiscais/