Cortes e Aumentos Tributários Pressionam Economia Nacional 1j4x4u
No relatório bimestral publicado recentemente pelo governo federal, destacou-se um rigoroso contingenciamento fiscal totalizando R$ 31,3 bilhões. Desse montante, R$ 20,7 bilhões são cortes diretos necessários para atingir a meta de saldo primário, enquanto outros R$ 10,6 bilhões são bloqueios impostos para respeitar o teto de gastos. Simultaneamente, o governo anunciou uma redução significativa nas expectativas de receitas, da ordem de R$ 81,5 bilhões, decorrentes de revisões envolvendo o CARF, a CSLL e a transação tributária.
Uma das principais medidas anunciadas foi a elevação da alíquota do IOF sobre aplicações em fundos do tipo VGBL, operações de crédito para empresas e câmbio, com previsão de arrecadação adicional de R$ 20,5 bilhões. A reação do mercado financeiro, no entanto, foi negativa. O dólar rapidamente ou de R$ 5,60 para R$ 5,70, levando o governo a rever parcialmente a decisão, retomando a isenção do IOF sobre transferências para investimentos em fundos nacionais no exterior e mantendo em 1,1% a alíquota para investimentos de pessoas físicas.
Atividade Econômica Supera Expectativas com Destaque Agropecuário
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que serve como referência antecipada para o PIB, registrou avanço de 0,8% em março, superando as previsões do mercado, que eram de 0,4%, e as da XP, que estimava 0,6%. Na comparação anual, o crescimento do índice foi ainda mais expressivo, atingindo 3,5%, com destaque especial para o setor agropecuário. O segmento agrícola foi impulsionado por uma safra recorde de soja, crescendo 1,0% no mês e expressivos 19,8% comparado ao mesmo período do ano anterior.
Projeções indicam que o PIB brasileiro deverá crescer cerca de 2,3% em 2025, embora seja esperado um ritmo de expansão mais moderado ao longo do ano. O mercado de trabalho permanece sólido, com baixos índices de desemprego e ganhos reais de salários, que combinados com as recentes medidas governamentais, devem sustentar a demanda no curto prazo.
Gripe Aviária Impacta Exportações Brasileiras
A confirmação de um caso de gripe aviária em uma granja em Montenegro (RS) levou mais de 30 países, incluindo importantes parceiros comerciais como China, México, Chile, Argentina, Uruguai e União Europeia, a suspenderem imediatamente as importações de carne de frango do Brasil. O país era considerado o único grande produtor global livre da doença, e as restrições colocam desafios significativos para o setor exportador nacional.
Reforma no Setor Elétrico Pretende Ampliar Tarifa Social
Uma Medida Provisória assinada recentemente pelo presidente Lula visa reformar o setor elétrico com destaque para a ampliação da tarifa social de energia elétrica, beneficiando aproximadamente 60 milhões de pessoas com consumo mensal de até 80 kWh. O custo estimado em R$ 3,6 bilhões será distribuído entre os demais consumidores residenciais. Além disso, a proposta prevê a antecipação da abertura do mercado livre de energia para consumidores de baixa tensão e mudanças nas regras para grandes consumidores, com redução gradual de descontos tarifários.
Cenário Internacional Instável Afeta Mercados Globais
A política fiscal expansionista adotada pelos Estados Unidos sob o governo Trump impulsionou uma alta significativa nos juros dos títulos do Tesouro americano, atingindo 4,6% para títulos de 10 anos e ultraando 5,1% nos títulos de 30 anos. Tal movimento, associado a preocupações fiscais, refletiu-se globalmente, influenciando negativamente mercados como o do Japão, onde títulos de longo prazo atingiram recordes históricos, como os de 30 anos (3,185%) e 40 anos (3,635%).
Além disso, as relações comerciais tensas entre Estados Unidos e União Europeia também se intensificaram com ameaças tarifárias expressivas anunciadas por Trump. Ao mesmo tempo, as negociações de paz entre Rússia e Ucrânia seguem estagnadas, apesar das tentativas de mediação dos EUA, com o aumento das sanções impostas por países europeus e o Reino Unido.
Desafios para o Crescimento Global Persistem
Na China, uma medida de estímulo monetário recente resultou na redução das taxas básicas de juros, com o intuito de reanimar a economia frente às tensões comerciais com os EUA. Por outro lado, indicadores econômicos na Zona do Euro seguem sinalizando fraqueza econômica, com o PMI Composto caindo para 49,5 em abril, indicando contração da atividade geral.
Bolsa
No Brasil, o mercado acionário reflete essas incertezas internacionais e domésticas. O Ibovespa encerrou recentemente em queda de 1,0%, aos 137.824 pontos, após ultraar brevemente os 140 mil pontos. Pressões internas com as novas alíquotas do IOF e o ambiente externo conturbado influenciaram esse resultado. Contudo, ações como Raízen (+25,1%) e JBS (+7,3%) registraram ganhos significativos na semana, destacando-se positivamente em meio ao cenário turbulento.
FONTE: https://conteudos.xpi.com.br/acoes/relatorios/resumo-semanal-da-bolsa-ibovespa-recua-a-medida-que-a-politica-fiscal-no-brasil-e-nos-eua-ganha-os-holofotes/ https://conteudos.xpi.com.br/economia/economia-em-destaque-governo-congela-gastos-e-eleva-iof/