Dizem que o sorriso abre portas. Mas será mesmo? 1d5v16
Outro dia ouvi alguém dizer que uma senhora não ava muita confiança porque era “simpática demais”. Segundo essa lógica, sorrir em excesso seria sinal de fraqueza, talvez insegurança. Curioso. Será que diriam o mesmo se estivéssemos falando de um homem? Um homem sorridente e gentil também teria sua firmeza colocada em xeque?
O universo feminino tem dessas nuances. Se usamos salto e maquiagem, somos dondocas. Se optamos por tênis e jeans, somos desleixadas. Se somos bonitas demais, certamente não podemos ser inteligentes. Se não atendemos aos padrões estéticos, várias portas nos são negadas. Parece que sempre tem algo fora do lugar. É equilíbrio tão difícil por ser subjetivo.
Nosso corpo é visto como frágil, mas nossa força vai muito além dos músculos. Ela está nas atitudes, nas reações diárias, nas escolhas que fazemos tentando dar conta de um mundo que exige tudo — e julga sempre.
Estar “dentro dos padrões” custa caro. E não falo só do emocional. Falo do financeiro também. Roupas variadas, cabelo bem cuidado, maquiagem de qualidade, unhas feitas… São irados por todos, mas custeados quase sempre por nós, mulheres. E tudo isso com salários, em média, mais baixos que os dos homens.
Além da aparência, há ainda a expectativa de filhos bem-educados, refeições saudáveis, casa organizada e corpo em forma. E como dar conta de tudo isso?
A verdade é que a gente não dá.
No dia em que o almoço é equilibrado, o uniforme das crianças está amassado. Quando a lição de casa é acompanhada, a pia fica cheia. Se conseguimos um tempo para as unhas, talvez o lixo não tenha sido retirado. Não há como fazer tudo, todo dia, com perfeição.
E mesmo assim, o julgamento entre mulheres ainda é cruel. Os comparativos nos desmontam. as avós ou mães costumam nos lembrar que antigamente sim as coisas eram difícies com muito filhos a mais e bem menos possibilidades financeiras. Fato. Mas os tempor mudam e as exigências também. Os homens, por mais que se provoquem nas brincadeiras, protegem-se nos bastidores. Entre muitas mulheres, infelizmente, ainda falta essa rede de acolhimento.
O mundo já tem críticos demais. Será que não podemos ser incentivadoras? Elogiar, apoiar, impulsionar? E, se não for possível oferecer um elogio genuíno, que ao menos o silêncio nos preserve da crítica vazia.
E vamos tentar encontrar mais e mais motivos para sorrir, porque sorrir, no fim das contas, também é um ato de coragem. E de coragem a gente entende!
Até a próxima!
Léia Alberti
Comunicadora
@leiaalberti
@agencia_bora