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Léia Alberti é Comunicadora, siga seus perfis! @leiaalberti @agencia_bora 2s6w45

Salto ou Tênis? 156233

Ser mulher em 2025: entre a força esperada e a fragilidade permitida

Ser mulher em 2025 é viver no fio da navalha entre o que esperam de nós e o que de fato somos. É ser a rocha da família, da empresa, dos amigos — mesmo quando tudo dentro de nós desaba em silêncio. Esperam que sejamos fortes. Que aguentemos. Que saibamos conciliar. Que não reclamemos. Que abracemos o mundo sem esquecer o jantar no fogo.

Mas há algo que pouco se fala: a força da mulher, quando não respeitada em sua medida, esgota. Ser forte não é ser invulnerável. Não é sinônimo de estar bem o tempo todo, de dar conta de tudo com um sorriso no rosto. A força real também se manifesta no momento em que temos coragem de dizer: hoje não dou conta. Ou me ajuda. Ou eu também preciso de colo.

Nos últimos anos, muito se avançou na discussão sobre empoderamento feminino. E sim, temos voz, temos espaço, temos presença. Mas, curiosamente, junto com isso veio um novo tipo de cobrança: a de sermos invencíveis. A mulher multitarefa, que trabalha, estuda, cuida, ama, organiza, lidera, inspira — sem perder a elegância, a paciência ou a compostura. Um ideal quase inatingível que vai nos adoecendo aos poucos.

Em 2025, a mulher ainda luta para conquistar liberdade emocional. Não aquela que aparece nas propagandas de margarina, mas a liberdade real: de ser vulnerável sem parecer fraca. De chorar sem ser desequilibrada. De recusar mais uma tarefa sem parecer preguiçosa. De não querer ser tudo para todos — e mesmo assim se sentir inteira.

Não é sobre romantizar a fragilidade, mas sim entendê-la como parte do nosso humano. Somos feitas de fases, de ciclos, de marés internas. E é aí que mora o equilíbrio: na permissão. Na permissão para não ser perfeita. Para se refazer quando for preciso. Para ser forte quando necessário, mas sem vergonha de sentir.

Porque no fim das contas, ser mulher em 2025 ainda é um ato de coragem diária. E não por enfrentarmos o mundo, mas por enfrentarmos a nós mesmas, com todas as nossas dúvidas, medos, sonhos e contradições. E, mesmo assim, seguirmos.

Os Desafios do Sorriso 85w52

Dizem que o sorriso abre portas. Mas será mesmo?

Outro dia ouvi alguém dizer que uma senhora não ava muita confiança porque era “simpática demais”. Segundo essa lógica, sorrir em excesso seria sinal de fraqueza, talvez insegurança. Curioso. Será que diriam o mesmo se estivéssemos falando de um homem? Um homem sorridente e gentil também teria sua firmeza colocada em xeque?

O universo feminino tem dessas nuances. Se usamos salto e maquiagem, somos dondocas. Se optamos por tênis e jeans, somos desleixadas. Se somos bonitas demais, certamente não podemos ser inteligentes. Se não atendemos aos padrões estéticos, várias portas nos são negadas. Parece que sempre tem algo fora do lugar. É equilíbrio tão difícil por ser subjetivo.

Nosso corpo é visto como frágil, mas nossa força vai muito além dos músculos. Ela está nas atitudes, nas reações diárias, nas escolhas que fazemos tentando dar conta de um mundo que exige tudo — e julga sempre.

Estar “dentro dos padrões” custa caro. E não falo só do emocional. Falo do financeiro também. Roupas variadas, cabelo bem cuidado, maquiagem de qualidade, unhas feitas… São irados por todos, mas custeados quase sempre por nós, mulheres. E tudo isso com salários, em média, mais baixos que os dos homens.

Além da aparência, há ainda a expectativa de filhos bem-educados, refeições saudáveis, casa organizada e corpo em forma. E como dar conta de tudo isso?

A verdade é que a gente não dá.
No dia em que o almoço é equilibrado, o uniforme das crianças está amassado. Quando a lição de casa é acompanhada, a pia fica cheia. Se conseguimos um tempo para as unhas, talvez o lixo não tenha sido retirado. Não há como fazer tudo, todo dia, com perfeição.

E mesmo assim, o julgamento entre mulheres ainda é cruel. Os comparativos nos desmontam. as avós ou mães costumam nos lembrar que antigamente sim as coisas eram difícies com muito filhos a mais e bem menos possibilidades financeiras. Fato. Mas os tempor mudam e as exigências também. Os homens, por mais que se provoquem nas brincadeiras, protegem-se nos bastidores. Entre muitas mulheres, infelizmente, ainda falta essa rede de acolhimento.

O mundo já tem críticos demais. Será que não podemos ser incentivadoras? Elogiar, apoiar, impulsionar? E, se não for possível oferecer um elogio genuíno, que ao menos o silêncio nos preserve da crítica vazia.

E vamos tentar encontrar mais e mais motivos para sorrir, porque sorrir, no fim das contas, também é um ato de coragem. E de coragem a gente entende!

 

Até a próxima!

Léia Alberti
Comunicadora
@leiaalberti
@agencia_bora

Salto ou Tênis y613z

          É engraçado como a vida, às vezes, vira chaves e, de repente, o que fazia muito sentido deixa de fazer. Coisas pelas quais a gente lutava com fervor parecem perder a importância. E pessoas que a gente buscava agradar simplesmente deixam de fazer diferença…

          Na nossa busca desenfreada por conquistar, acabamos esquecendo de nos satisfazer, porque já iniciamos outra busca pela próxima coisa que vai nos deixar mais felizes. E assim, as pequenas conquistas, as pequenas vitórias, vão ficando esquecidas, em segundo plano, com um meio sorriso de contentamento perdido na imensidão da ansiedade pela próxima conquista.

Ontem, me vi parada, sentada no cantinho do meu sofá, contemplando a sala/copa/cozinha da minha casa. Acho que foi a primeira vez, em quase seis anos, que observei as paredes pintadas da cor que eu gosto, o piso de madeira na tonalidade que acho linda e as cortinas que eu invejava da minha irmã. A luz estava perfeita, e o cheiro do tapete de couro completava a experiência sensorial do meu lar. Tudo está como eu sonhei.

E além! Meu cachorro, deitado aos meus pés, olhava para mim literalmente sorrindo. Sim, esse serzinho ingênuo e peludo me ama e sorri para me mostrar isso.

A casa foi a concretização de um enorme sonho. Foi totalmente planejada, cada centímetro pensado. Depois de pronta, não inaugurei. Não celebrei ou festejei com amigos ou família. Ainda faltavam detalhes para que ela estivesse concluída, e, afinal, quando é que as obras terminam de verdade? Faltava uma escada ali, um acabamento de rodapé lá, uma quina de piso acolá… Isso sem contar o jardim, que nunca fica como eu realmente queria…

Por que a gente faz isso consigo mesmo?

Por que não conseguimos contemplar nossas conquistas, ao invés de rapidamente partir para outra luta?

Seria a pressa que o trabalho nos impõe?

Seria nosso perfeccionismo exagerado?

Seria a influência do capitalismo?

Seria uma ansiedade patológica?

Não sei… Mas sei que, de uns tempos pra cá, enquanto meus olhos físicos pioram, os da alma melhoram. É saudável nos livrarmos das coisas que não precisamos — e das pessoas também. Manter relações e objetos desnecessários nos tira o tempo do que realmente é importante.

Pisar no freio, às vezes, facilita a contemplação do caminho, e não só do destino. Assim como olhar pra trás ajuda a valorizar o trecho que já percorremos.

Eu faço isso? Não muito, mas com certeza faço mais hoje do que fazia há um ano…
E a tendência é só aumentar, porque o tempo está ando, meus filhos estão crescendo, meus cabelos brancos começando a aparecer. Entre a pressa e o perfeccionismo, a vida acontece.

E quando é que eu vou realmente aproveitar tudo que já conquistei, se ainda tenho tanto o que conquistar? Mas de que adiantam as conquistas se não saboreamos as vitórias?

É sobre isso… Sobre viver e não apenas sobreviver.

Até a próxima!

Léia Alberti
Comunicadora
@leiaalberti
@agencia_bora