Afinal, que tipo de mulher você é? 53134o

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Outro dia me peguei pensando que talvez eu não seja tão feminista assim. Ou talvez seja daquelas feministas que o próprio movimento olha de lado. Sabe como é, eu ainda gosto de me depilar, uso salto alto quando posso (e quando o joelho ajuda), faço as unhas toda semana e, vejam só, amo quando meu marido abre o pote de palmito que eu não consigo. Um escândalo, eu sei. 77034

É que, para mim, feminismo sempre foi sobre igualdade de direitos. Sobre respeito, liberdade de escolha e fim de abusos históricos. Concordo com tudo isso. Assino embaixo. Mas o problema é que, nos últimos tempos, a teoria ganhou umas versões meio distorcidas por aí. Tem gente confundindo liberdade com imposição ao contrário. E tem mulher gritando tão alto que parece estar disputando um troféu com os homens — tipo uma Olimpíada de quem sofre mais ou quem manda mais.

Eu olho pra essa gritaria e penso: será que é isso mesmo que queremos? Uma competição eterna entre gêneros? Porque, honestamente, o que eu vejo são pessoas diferentes tentando ocupar o mesmo espaço com os mesmos direitos — e não uma guerra pra ver quem pisa no outro com mais propriedade.

Eu, por exemplo, amo as características masculinas. Cresci com um pai forte, voz grossa e provedor. Tenho um marido maravilhoso que não tem problema nenhum em roupa se sempre trocou fraldas, mas que também adora consertar coisas e colecionar ferramentas que ele usa com uma praticidade que eu invejo. E tenho um filho sensível, educado, cheio de opiniões. Todos homens incríveis. Todos com características próprias — e ainda assim maravilhosos. Por que querer que eles se pareçam comigo?

E aí vem a parte que mais me intriga: desde quando parar de se depilar ou sair mostrando os seios por aí virou argumento de autoridade nessa conversa? Não entendi. Vejo algumas dessas moças tão revoltadas que parecem odiar tudo que remete ao universo feminino que não seja militante. Abaixo os saltos altos, abaixo as unhas longas, abaixo à depilação! Ok, mas… era obrigatório usar, por acaso?

Nessa ânsia de serem livres, começam a ditar regras novas — só que com a mesma rigidez de antes. E adivinha quem é que acaba sendo desrespeitada no meio disso tudo? Nós, mulheres que adoramos um esmalte vermelho, um cabelo hidratado e, pasmem, um homem companheiro do lado.

Não estou dizendo que mulheres não podem rachar lenha. Pode rachar, minha filha. Rache lenha, rache preconceitos, rache o que quiser. Eu mesma racho lenha se precisar, só que prefiro ver ele fazendo isso. Não me peça pra me sentir oprimida por gostar de decorar a casa e servir café pro meu marido. Porque não estou. Não mesmo. Faço isso não por obrigação, mas por carinho mesmo, já que ele também faz tantas coisas por mim.

No fim, a gente quer é ser quem é. Com liberdade, respeito, direito de escolha. Com salto ou sem salto. Com ou sem maquiagem. E se quiser lavar louça de salto 15, que seja!

Somos menos mulheres por isso? Ou mais mulheres por isso? Não. Somos apenas mulheres — e isso já é tanto.

Até a próxima!

Léia Alberti
Comunicadora
@leiaalberti
@agencia_bora

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