Panorama de Mercado 3r315v

6 mins read

  5v1d1b

Moody’s eleva classificação de crédito do Brasil e setor de petróleo impulsiona a bolsa

A agência de classificação de risco Moody’s aumentou a nota de crédito do Brasil de Ba2 para Ba1, aproximando o país do grau de investimento. A mudança é fruto de melhorias na economia, com maior crescimento do que o previsto anteriormente e um histórico recente de reformas fiscais e econômicas que reforçam a resiliência do Brasil. No entanto, a agência destacou que o arcabouço fiscal brasileiro ainda carece de credibilidade total, refletido nos elevados custos da dívida pública.

A perspectiva positiva para a nota de crédito sugere que, com o cumprimento das regras fiscais, o Brasil poderá ver uma redução mais acentuada no custo dos empréstimos e uma maior credibilidade institucional. Apesar disso, a Moody’s alertou que, para estabilizar a dívida pública em 82% do PIB, seria necessário um superávit primário de 1,2%, algo difícil de alcançar nas condições fiscais atuais.

Projeções para inflação e crescimento

A inflação projetada para 2024 foi ajustada para 4,6%, acima do limite da meta do Banco Central. Mesmo assim, o crescimento do PIB em 2024 segue projetado em 3,1%, e para 2025 a expectativa é de 1,8%. A volatilidade no câmbio persiste, com a previsão da taxa de câmbio fixada em R$ 5,40 por dólar. Quanto à Selic, aponta uma elevação para 12% até o fim de 2024, com um aumento de 0,50 p.p. na próxima reunião do Copom.

Medidas fiscais e desafios no curto prazo

O governo lançou as Medidas Provisórias 1261 e 1262 para melhorar a arrecadação. A primeira prorroga para 2026 o prazo para dedução de perdas com inadimplência, enquanto a segunda impõe tributos sobre multinacionais com faturamento superior a €750 milhões, que devem gerar mais receitas a partir de 2026. O impacto no curto prazo, entretanto, é limitado.

Produção industrial e déficit público

A produção industrial apresentou uma leve alta de 0,1% em agosto, mas o acumulado trimestral até o mês mostrou um avanço de 2,2%, confirmando a recuperação do setor em 2024. A expectativa é que a produção industrial cresça cerca de 3,5% até o fim do ano. Enquanto isso, o setor público consolidado registrou um déficit de R$ 21,4 bilhões em agosto, com o governo central acumulando a maior parte desse déficit. No acumulado de 12 meses, o governo central tem um déficit de R$ 265,1 bilhões (2,3% do PIB).

Impacto internacional e mercado de petróleo

Nos Estados Unidos, o mercado de trabalho continua surpreendendo com a criação de 254 mil empregos formais em setembro, superando as expectativas. Isso fortalece a visão de que o Federal Reserve deve cortar os juros em 0,25 p.p. nas duas reuniões restantes deste ano.

O petróleo, por sua vez, registrou um forte aumento, saltando de US$ 72 para US$ 78 por barril em poucos dias, em meio à escalada de tensões no Oriente Médio. Esse movimento impulsionou o setor de Petróleo e Gás na Bolsa, com Petrobras (PETR4) subindo 4,8% na semana, acompanhando a alta do preço do Brent, que avançou 8,8%. Essa valorização trouxe um impacto positivo para a balança comercial brasileira, já que o petróleo é uma das principais commodities exportadas pelo país.

Desempenho do Ibovespa

Apesar das notícias positivas para o setor de petróleo, o Ibovespa recuou 0,7% em reais e 1,3% em dólares, fechando a semana aos 131.792 pontos. O principal fator de pressão foi o aumento das tensões geopolíticas no Oriente Médio, que aumentaram a aversão ao risco no mercado global. Por outro lado, o forte relatório de empregos dos EUA ajudou a impulsionar os mercados no final da semana, com o S&P 500 e Nasdaq registrando altas de 1,4% e 1,7%, respectivamente.

No Brasil, além de Petrobras, outro destaque foi Azul (AZUL4), que registrou alta de 6,3% após a companhia anunciar negociações com arrendadores para melhorar sua estrutura de capital. Na ponta negativa, a Assaí (ASAI3) caiu 14,2% após receber um termo de arrolamento da Receita Federal, com um valor devido de R$ 1,3 bilhão.

Em resumo, o cenário econômico do Brasil segue positivo, com o reconhecimento da Moody’s reforçando a trajetória de crescimento e reformas. Entretanto, os desafios fiscais ainda impõem obstáculos, especialmente para a estabilização da dívida pública e o controle das contas.

FONTE: https://conteudos.xpi.com.br/economia/economia-em-destaque-moodys-eleva-nota-de-credito-soberano-do-brasil/

https://conteudos.xpi.com.br/acoes/relatorios/resumo-semanal-da-bolsa-ibovespa-comeca-outubro-em-queda-indice-cai-07-na-semana/

Mateus H. ero
Assessor de investimentos
4traderinvest.com.br
41 9 9890 9119

Deixe um comentário Cancelar resposta 3l957

Your email address will not be published.

Publicação anterior

Vamos falar de juros, de novo…. 5n4fr

Próxima publicação

Panorama de Mercado 3r315v

Última publicação de Mateus H. ero 63q3a

Panorama de Mercado 6o2q64

Cortes e Aumentos Tributários Pressionam Economia Nacional No relatório bimestral publicado recentemente pelo governo federal, destacou-se

Carry Trade 5n2p6h

Carry Trade: Como Investidores Lucram com as Diferenças de Juros Globais Em tempos de juros elevados,

Panorama de Mercado 6o2q64

Copom mantém tom cauteloso sobre juros, sem clareza sobre próximas decisões A recente ata divulgada pelo

Qual a Melhor Renda Fixa de 2025? 2v3k72

Em um cenário econômico marcado por juros ainda elevados e sinais de que o ciclo de

O tripé econômico está manco? 435s4e

Cenário Pré-Criação do Tripé Econômico Em meados dos anos 1990, o Brasil enfrentava uma situação econômica